Portal do Governo Brasileiro
2012 - Livro Vermelho 2013

Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 05-09-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie arbórea de grande porte, não endêmica do Brasil, ocorrendo no país nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, em vegetação florestal secundária e em ampla faixa altitudinal. Conhecida como pau-marfim, apresenta forte potencial econômico, pela boa qualidade de sua madeira. As informações sobre declínio populacional por explotação não permitem avaliar um nível de declínio populacional. Por isso é necessário levantamento sobre nível de explotação histórico e atual e análise de viabilidade populacional, para avaliação do risco pelos critérios A e E. A espécie tem ações de conservação, como bancos de germoplasma, uma iniciativa para produção de sementes. Embora as características biológicas da espécie levam a identificar sua facilidade para dispersão e regeneração natural, é dependente de medidas de conservação devido ao valor de sua madeira, e por isso medidas de controle de exploração aliada a projetos de produção de sementes e estímulo à produção e manejo podem garantir a sobrevivência de populações naturais e a manutenção de seu uso econômico.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.;

Família: Rutaceae

Sinônimos:

  • > Balfourodendron eburneum ;
  • > Esenbeckia riedeliana ;
  • > Helietta multiflora ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Nomes populares: embira, farinha-seca, gramixinga, guamixinga, guamuxinga, guarataia, guataia, guatambu, marfim, pau-cetim, pau-liso, pau-marfim, pequiá-mamona (Pirani, 2012).

Potêncial valor econômico

A madeira do pau-marfim é densa (0,80 a 0,90 g.cm-3). A espécie é indicada para fabricação de móveis de luxo, partes internas na construção civil, como vigas, caibros, ripas, rodapés, forros, tacos e tábuas para assoalho e lambris; marcenaria, molduras e guarnições internas; cabos de ferramentas, compensados, chapas, lâminas faqueadas decorativas, peças torneadas; artefatos decorativos em geral, cutelaria etc. É uma das melhores madeiras para o fabrico de hélices de avião (Carvalho, 2004).

Dados populacionais

Estimativas de densidade apresentam em média 9 indivíduos por hectare, com DAP maior ou igual a 5 cm (Bertani; Rodrigues; Luiz et al., 2001; Borghi; Martins; Quiqui, 2004; Bianchini et al., 2003; Durigan et al., 2000; Ruschel; Guerra; Nodari, 2009).

Distribuição

Argentina, Paraquai e Brasil (Carvalho, 2004), na regiões Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (Pirani, 2012).

Ecologia

O pau-marfim é freqüente em capoeirão e na floresta secundária. Não raro, surge no meio da pastagem (Carvalho, 2004).Árvores (6-)9-25(-32)m, tronco 25-8-(-100) cm diâmetro. O período de floração estende-se de agosto a fevereiro (mais expressivo de outubro a dezembro); coleções frutíferas foram obtidas de janeiro a setembro (Pirani, 2002). O processo reprodutivo inicia com cerca de 4 anos (em plantios, solo fértil) ou ao redor dos 15 anos de idade (Durigan et al., 1997 apud Carvalho, 2004).

Ações de conservação

1.2.2.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Rara. Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

1.2.2.1 International level
Situação: on going
Observações: Em perigo.A1acd+2cd. Lista vermelha IUCN (2011)

5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Banco de germoplasma com pomar de sementes de Balfourodendron riedelianum teve início em 1984 pelo Instituto Florestal de São Paulo na Estação Experimental de Luiz Antônio (Sebbenn et al., 2007).

Usos

Referências

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

- RUSCHEL, A. R.; GUERRA, M. P.; NODARI, R. O. Estrutura e composição florística de dois fragmentos da floresta estacional decidual do Alto-Uruguai, SC. Ciência Florestal, v. 19, n. 2, p. 225-236, 2009.

- PIRANI, J.R. A revision of Helietta and Balfourodendron (Rutaceae-Pteleinae). Brittonia, v. 50, p. 348-380, 1998.

- AMERICAS REGIONAL WORKSHOP (CONSERVATION & SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TREES, COSTA RICA). Balfourodendron riedelianum in IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2, IUCN. IUCN. Disponivel em: <www.iucnredlist.org>. Acesso em: 25 May 2012.

- PIRANI, J.R. Balfourodendron in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000343>.

- RECORD, S.J.; HESS, R.W. American woods of the family Rutaceae. Trop. Woods, v. 64, p. 1-28, 1940.

- CARVALHO, P. E. R. DE. Pau-marfim Balfourodendron riedelianum. Circular técnica EMBRAPA, n. 93, 2004.

- BIANCHINI, E.; POPOLO, R. S.; DIAS, M. C.; PIMENTA, J. A. Diversidade e Estrutue de espécies arbóreas em área alagável do município de Londrina, Sul do Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 3, p. 405-419, 2003.

- DURIGAN, G.; FRANCO, G. A. D. C.; SAITO, M.; BAITELLO, J. B. Estrutura e diversidade do componente arbóreo da floresta na Estação Ecológica dos Caetetus, Gália, SP. Revista Brasileira de Botânica, v. 23, n. 4, p. 371-383, 2000.

- BERTANI, D. F.; RODRIGUES, R. R.; LUIZ, J. F. B.; SHEPHERD, G. J. Análise temporal da heterogeneidade florística e estrutural em uma floresta ribeirinha. Revista Brasileira de Botânica, v. 24, n. 1, p. 11-23, 2001.

- SEBBENN, A. M.; FREITAS, M. L. M.; ZANATTO, A. C. S.; MORAES, E.; MORAES, M. A. DE. Conservação ex situ e pomar de sementes em banco de germoplasma de Balfourodendron riedelianum. Revista do Instituto Florestal, v. 19, n. 2, p. 101-112, 2007.

- BORGHI, W. A.; MARTINS, S. S.; QUIQUI, E. M. D.; NANNI, M. R. Caracterização e avaliação da mata ciliar à montante da Hidrelétrica de Rosana, na Estação Ecológica do Caiuá, Diamante do Norte, PR. Cad. biodivers., v. 4, n. 2, p. 9-18, 2004.

- MORELLATO, L.P.C. Estudo da fenologia de árvores, arbustos e lianas de uma floresta semi-decídua no sudeste do Brasil. Tese Doutorado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1991.

- DURIGAN, G.; FIGLIOLIA, M.B.; KAWABATA, M.; GARRIDO, M.A. DE O.; BAITELLO, J.B. Sementes e mudas de árvores tropicais. São Paulo: Páginas & Letras, 1997. 65 p.

- PIRANI, J. R.WANDERLEY, M. G. L.; SHEPHERD, G. J.; GIULIETTI, A. M. Rutaceae. São Paulo, SP: FAPESP; Editora HUCITEC, 2002.

Como citar

CNCFlora. Balfourodendron riedelianum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Balfourodendron riedelianum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 05/09/2012 - 14:46:39